Fonte: Agência FAPESP
Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), de áreas como matemática, ciência da computação e medicina, resolveu se unir para desenvolver um projeto de modelagem de curvas que prevê notificações oficiais sobre a pandemia.
Intitulado “Acompanhamento de curvas de casos, mortes e internações por COVID-19: modelagem matemática, projeção futura e previsão de cenários”, o projeto foi idealizado por Gil Vicente Reis de Figueiredo, docente aposentado do Departamento de Matemática da UFSCar, e teve apoio do Sindicato dos Docentes em Instituições Federais de Ensino Superior dos Municípios de São Carlos, Araras e Sorocaba (ADUFSCar).
“A matemática contribui no entendimento e uso das funções logísticas generalizadas. A computação no uso de algoritmos para otimizar o valor dos parâmetros das funções logísticas generalizadas e também com algoritmos para detecção de novas ondas com base nos dados de média móvel de casos. E a medicina para indicar o uso de parâmetros efetivos de transmissão, como a taxa de infecção, de forma a verificar se as curvas estão em conformidade com os aspectos epidemiológicos esperados para a doença”, explica Ricardo Rodrigues Ciferri, professor da UFSCar e um dos integrantes do projeto, em entrevista para a Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar.
O trabalho foi desenvolvido em fases. A primeira teve como objetivo apenas representar as curvas de casos já ocorridas por meio de equações matemáticas.
Pelo fato de a pandemia ser composta de múltiplas ondas sucessivas e com sobreposição, diferente de outras pandemias e epidemias, Figueiredo propôs uma solução a partir da composição de várias ondas, cada qual representada por uma função logística generalizada. Apesar de a ideia ser promissora, a solução ainda não conseguia representar adequadamente as curvas devido à dificuldade de se escolher valores mais adequados para os parâmetros das funções logísticas.
Assim, Ciferri entrou no projeto de forma a auxiliar no uso de soluções computacionais para identificar esses valores para os parâmetros das funções logísticas.
A segunda fase do projeto teve como objetivo fazer projeção futura, ou seja, estimar o valor esperado para os próximos 30 dias. Como a projeção conseguida não foi satisfatória, surgiu a ideia de convidar para integrar o projeto o professor Domingos Alves, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Atualmente, o projeto está na terceira fase, que consiste em fazer previsões com base em cenários distintos.
O grupo usa dados públicos de média móvel de 14 dias de casos, mortes, internações em enfermaria e internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), disponibilizados pelo Governo Federal e pelas secretarias estaduais de saúde.
Os resultados são divulgados por meio de relatórios emitidos semanalmente pelo ADUFSCar. Os dados serão disponibilizados futuramente pela internet.
*Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar .
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