“O Brasil conhece o país, muito por causa dos repórteres”

Em novo livro, Martha Batalha se inspira no “fazer” jornalístico

Por Letycia Holanda e Gabriela Reis

No quarto volume do “Literático Podcast”, as apresentadoras Letycia Holanda e Gabriela Reis conversam com uma colega de profissão, a jornalista e escritora Martha Batalha, sobre o lançamento de “Chuva de Papel”, da Companhia das Letras.

A obra narra a história de um repórter policial carioca decadente, que enfrenta problemas financeiros, problemas familiares e o alcoolismo em meio a pandemia de coronavírus.

O livro revela o lado B do Rio de Janeiro, ao apresentar a cobertura de alguns acontecimentos jornalísticos da cidade desde a década de 1960, numa perspectiva de personagens que quase sempre são invisíveis na sociedade.

“São pessoas que têm um conhecimento muito profundo da condição humana e do quê a cidade faz com as pessoas. E eu sabia que tinha ali uma história a ser contada. Acho que a sociedade não presta as devidas atenções aos repórteres, mas a gente deve a eles muito do quê a gente vê. O Brasil conhece o país, muito por causa dos repórteres”, explica Martha.

Sobre uma das características mais marcantes de suas obras, o humor, Martha Batalha credita a sua intuição de escritora. “Eu acho que faz parte do meu estilo. Sempre que tentei escrever de um modo mais sério não consegui muito, ou pelo menos, não até agora. Acho que existe um narrador irônico que eu aprendi a usar (desde) o primeiro livro e que continuo usando. Às vezes as pessoas não entendem a ironia, mas isso é muito intuição, a parte do humor no meu trabalho”, destaca.

O volume ainda traz uma resenha da jornalista e poeta Anelize Moreira, a respeito do livro da francesa Nastassja Martino “Escute suas Feras”, publicado pela editora Dois Pontos, que narra o encontro da antropóloga com um urso em um trabalho de campo na Sibéria.

“A partir desse acontecimento de um (encontro) de um urso e de uma mulher, que as fronteiras entre o humano e o animal são ultrapassados, e a autora não é mais a mesma”, descreve Anelize.

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