Pesquisadores da USP desvendam bactéria que pode dar pistas para a busca de novas terapias

Fonte: Luciana Constantino | Agência FAPESP

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desvendaram a estratégia usada pela bactéria Chromobacterium violaceum para roubar metais como zinco e ferro do organismo hospedeiro e aumentar, assim, sua virulência. A descoberta pode dar pistas para a busca de novas terapias.

Encontrado na água e no solo de regiões tropicais e subtropicais, esse bacilo é considerado um patógeno oportunista e pode causar abscessos no fígado, no pulmão e na pele, além de sepses graves em humanos e outros animais. Os principais sintomas são febre, dor abdominal, lesões cutâneas e formação de abscessos metastáticos. A via de transmissão mais comum envolve a exposição de feridas e lesões ao solo e à água contaminados.

Em estudos conduzidos na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), divulgados em três artigos entre 2019 e 2021, os cientistas mostraram que essa bactéria subverte a chamada “imunidade nutricional”, que são mecanismos das células para evitar o acesso aos metais por microrganismos invasores.

No trabalho mais recente, publicado na revista da American Society for Microbiology, o grupo mostrou como um complexo de proteínas conhecido como ZnuABC, que funciona como um sistema transportador de íons de zinco, é crítico para a virulência de C. violaceum e contribui para diversos processos fisiológicos dependentes desse metal.

A investigação, feita em parceria com a Universidade Vanderbilt, no Tennessee (Estados Unidos), teve o apoio da FAPESP por meio de quatro projetos (18/01388-6, 20/00259-8, 17/03342-0 e 18/14737-9).

Ouça na reportagem de Jorge Machado

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