Itaú Cultural Play recebe Memórias Ancestrais e série Coleção Antirracista, da diretora Val Gomes

Todas as produções disponíveis na IC Play e dispositivos móveis Android e IOS

Filme goiano Rio das Almas e Negras Memórias, dirigido por Taize Inácia e Thaynara Rezende

A partir do dia 17 de novembro, sexta-feira, a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming do audiovisual e cinema brasileiro, traz para seu catálogo dois novos recortes sobre a questão racial e ancestral no Brasil: a mostra Memórias Ancestrais, com curadoria da Itaú Cultural Play, e a série documental Coleção Antirracista, dirigida por Val Gomes. Como todas as produções disponíveis na IC Play, as novidades podem ser acessadas gratuitamente em todo o país no itauculturalplay e dispositivos móveis Android e IOS.

Memórias Ancestrais reúne nove curtas e longas-metragens, entre documentários e ficções, que levam ao público um olhar para diferentes formas sobre o que é considerado saberes ancestrais. A proposta é pensar o futuro, valorizando a resistência e a manutenção da cultura.

Entre os filmes está o documentário capixaba Transviar, de Maíra Tristão Nogueira, que conta a história de Carla da Victoria, mulher transexual que descende de uma família de paneleiras de barro. Filmado em 16mm, com granulações e elementos que contribuem para materializar a narrativa da protagonista, trata sobre os saberes tradicionais, que moldam os vasos e as comunidades presentes nos manguezais do Espírito Santo.

O filme goiano Rio das Almas e Negras Memórias, dirigido por Taize Inácia e Thaynara Rezende, que retrata, através da dança e das manifestações culturais afro-brasileiras, os traumas e as memórias dos negros escravizados nas minerações às margens do Rio das Almas.

O candomblé é o eixo central da narrativa de Do que aprendi com minhas mais velhas, produção 2017, dirigido por Onisajé e Susan Kalik. A obra revela como mulheres de diferentes vivências em terreiros, aprenderam com seus ancestrais sobre a religião e como passam os ensinamentos para outras gerações, através da tradição oral e geracional. 

Imagem do filme ôrì. Foto: Divulgação

Trazendo um panorama histórico, cultural e político dos movimentos negros do Brasil nas décadas de 1970 e 1980, o documentário paulista Ôrí, de Raquel Gerber, lança luz sobre o papel dos bantus e da cosmogonia africana na sociedade brasileira a partir da trajetória pessoal e do olhar da intelectual, historiadora, poeta e militante Beatriz Nascimento. 

Premiado no Doclisboa em 2019, O último sonho adentra nas histórias e tradições dos indígenas Guarani. O diretor Alberto Alvares faz uma homenagem ao falecido líder espiritual Wera Mirim, da aldeia Sapukai, da região de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Inspirado na obra musical de Mbé, de Luan Correia, o curta paulista Solmatalua, dirigido por Rodrigo Ribeiro-Andrade, traz o olhar dos descendentes africanos através de performances, imagens de arquivo e cantos sobre um itinerário entre territórios ancestrais e contemporâneos. 

O  filme alagoano Cavalo, de Raphael Barbosa e Werner Salles, mescla ficção e documentário. Por meio da dança, eles regatam a ancestralidade, a memória do corpo e as identidades das religiões de matriz africana.

O título da animação de curta-metragem Kanau’kyba, produção de Roraima, dirigida por Gustavo Caboco e Pedra do Bendegó, significa “caminhos das pedras” na língua Wapichana.

E, por fim, o filme Ga vī: a voz do barro com direção de Ana Letícia Schweig, Angélica Domingos, Cleber Kronun e coletivo. A animação revela alguns saberes e conhecimentos de mulheres indígenas do povo Kaingang, do Paraná. A história moldada em traços finos e cores pastéis, narra sobre a vida de duas anciãs, Dona Gilda e Dona Iracema. Elas compartilham suas memórias, saberes e tradições com o barro.

Série Coleção Antirracista

Dirigida por Val Gomes, a Coleção Antirracista chega à IC Play no mesmo dia, com oito episódios de até 15 minutos cada. A obra, de 2022, trata da questão racial brasileira na perspectiva do pensamento antirracista e decolonial. Com apoio do Instituto Unibanco e da Spcine, a produção foi realizada pela produtora Olhar Imaginário. Os episódios foram formatados para dialogar com públicos de diferentes idades sobre mecanismos para combater o racismo

A coleção é composta por dez depoimentos, que integram os episódios. Entre eles, o da psicóloga Cida Bento, uma das 50 personalidades mais influentes do mundo, segundo a revista Forbes; da filósofa Sueli Carneiro; de Cidinha da Silva, autora de 17 livros; do historiador e multi-artista Salloma Salomão; do encenador e filósofo José Fernando de Azevedo; e da publicitária e ativista Neon Cunha, primeira pessoa trans a denunciar as violências de gênero na Organização dos Estados Americanos.

O primeiro episódio, O mito da democracia racial, retorna ao século XX para tratar da ideia utópica de democracia racial no Brasil. Em Do navio negreiro à abolição da escravidão, segundo episódio, o espectador pode entender os bastidores sobre a história da escravidão no Brasil. Desde o primeiro navio negreiro à assinatura da Lei Áurea, o país viveu 350 anos de violência e exploração do povo afro-brasileiro.

Já o terceiro episódio é Cota não é esmola. Neste capítulo é mostrado os percursos políticos enfrentados pela população negra até a conquista das cotas raciais, que para muitos é a única oportunidade de acesso à educação. 

Em Raça, trabalho e direito, o quarto episódio, é feita ume retrospectiva ao século XIX, momento em que a República era fundada e onde negros libertos exerciam trabalhos subalternos. 

Para entender a origem do que separa brancos e negros dentro do espaço urbano, o quinto episódio, Urbanização Como Apartheid, volta ao ano de 1897. 

Em Mulheres negras é tratada a importância do ativismo das mulheres negras na luta antirracista e na construção de riquezas para o Brasil no decorrer da história. Da princesa guerreira de Angola, Zacimba Gaba, até a política Marielle Franco, o sexto episódio procura entender se o reconhecimento de suas trajetórias corresponde à dimensão do protagonismo por elas exercido.

No penúltimo episódio, Racismo estrutural, é colocado em discussão o fato da maioria da população não ter o real conhecimento sobre o racismo, presente nas instituições e na vida das famílias brasileiras. São apresentados quais os mecanismos, e como eles funcionam e contribuem para a permanência da exclusão e da geração de privilégios.

Para fechar a série, o oitavo episódio, Branquitude vs Antirracismo, busca entender qual a herança branca da escravização e do racismo. 

SERVIÇO:
Memórias Ancestrais e série Coleção Antirracista
A partir de 17 de novembro, sexta-feira.
Em www.itauculturalplay.com.br
Gratuito

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